
Prometo querer-te
hoje e sempre,
cotidianamente,
na paz que busco
e nas guerras que deflagro
contra os meus medos.
Prometo não ser perfeita,
para que, tomando-me as mãos,
me conduzas na busca dos meus inteiros.
Prometo-te a fêmea,
a devassa, a insana,
mas também prometo
saber fazer-me
pequena,
menina, quase santa.
Prometo-te a pureza
de mãos e seios,
de poros e ventre,
para que inaugures, em mim,
todos os prazeres e todos os prantos.
Prometo ungir meus pés
com óleos santos,
para livrá-los do pó do tempo
em que, errantes,
meus passos vagavam
por não saber-te meu.
Prometo acalentar-te nos braços,
quando a noite (que tememos)
revelar
a sua inexorável face,
e sussurrar que é chegada a hora
de apagar estrelas.
Prometo, então,
não notar-te o olhar de medo
e lavar meus olhos de todo pranto,
de toda nódoa, de todo tempo,retendo neles,
somente as paisagens que miramos.
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