19 agosto, 2010



Contar é muito dificultoso. Não pelos os anos que já se passaram. Mas pela a astucia que têm certas coisas passadas de fazer balance, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos; uns com outros acho que nem se misturam. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Toda saudade é um espécie de velhice. Talvez, então, a melhor coisa seria contar a infância não como num filme que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa, sendo essa conexão que dá sentido, principio, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um contendo um sentido inteiro. Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma em cuja memória se encontram coisas eternas, que permanecem...

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