22 dezembro, 2017


Precisava de uma estrela de fogo à noite, 

a derreter

Precisava de uma palavra transparente

Oferendo um recomeço

Precisava de uma pequena fé que se propague

De águas cristalinas

fora e dentro do meu poço 

Precisava reencontrar uma vida onde a prece

e o gozo voltem a conviver

Precisava de um gesto para dizer uma alegria

maior do que a alegria

de um olhar para dizer o indizível

Precisava acolher o dom

e o seu equilíbrio diáfano e difícil

Precisava dela que em pleno inverno me ensina

a trazer no coração o verão 


a arder. 







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